A soberania digital está se tornando uma questão central para a Europa, com líderes do setor tecnológico clamando por autonomia e controle sobre o futuro digital do continente.
A Necessidade de Soberania Digital
A necessidade de soberania digital está se tornando cada vez mais evidente na Europa, com líderes do setor de tecnologia clamando por um controle maior sobre o futuro digital do continente. O CEO da Netcompany, André Rogaczewski, destacou a dependência da Europa em relação a plataformas tecnológicas estrangeiras, enfatizando a urgência de “trazer nossos dados para casa”. Essa declaração foi feita em uma carta aberta que coincide com a iluminação simbólica da réplica da Estátua da Liberdade em Paris.
Rogaczewski alertou que a Europa depende de tecnologias desenvolvidas fora do continente, por atores que podem não compartilhar os mesmos valores. Essa dependência é especialmente preocupante em um momento de tensões crescentes nos mercados tecnológicos globais, onde a Comissão Europeia intensificou a fiscalização das práticas de mercado dos provedores de nuvem dos EUA.
O apelo por soluções europeias, construídas por empresas locais e geridas com dados europeus, reflete uma estratégia mais ampla de autonomia digital. Recentemente, iniciativas como a EuroStack Initiative foram lançadas, pedindo a criação de um fundo de infraestrutura soberana da UE para aumentar o investimento público em tecnologias inovadoras.
Além disso, a Europa está se movendo em direção a uma política digital mais autônoma, com legislações como a Lei de Serviços Digitais e a Lei de Mercados Digitais, que visam fortalecer a supervisão regional sobre plataformas e serviços baseados em nuvem. A ideia é que a tecnologia não seja vista apenas como uma ferramenta de eficiência, mas como um ativo estratégico nacional.
O CEO da Netcompany enfatizou que a tecnologia é fundamental para a criação de riqueza e competitividade na Europa. A iniciativa GAIA-X, por exemplo, é um esforço concreto para desenvolver uma infraestrutura de nuvem soberana na Europa, alinhada com os padrões legais e éticos do continente.
Embora os gigantes da tecnologia dos EUA, como a Amazon Web Services, estejam investindo em soluções que afirmam ser “soberanas por design”, a necessidade de uma infraestrutura digital independente na Europa continua a ser uma prioridade. A crescente vontade política e o apoio regulatório para o nacionalismo tecnológico europeu estão se tornando mais evidentes, mesmo diante dos desafios de escalar e integrar soluções em mercados fragmentados.
Por fim, a soberania digital não deve ser confundida com isolamento. A Europa busca manter mercados abertos e inovação, enquanto garante que a infraestrutura digital essencial e os dados sensíveis permaneçam sob controle regional. Mecanismos emergentes, como embaixadas de dados e estruturas de nuvem soberanas, oferecem um caminho prático para manter o controle legal e operacional sobre sistemas de dados e IA, ao mesmo tempo em que permanecem interoperáveis com plataformas globais.
O apelo de Rogaczewski é um lembrete da importância de valores democráticos em um mundo digital em rápida mudança. Ele enfatiza que a segurança, soberania e democracia da Europa estão em risco devido à dependência de plataformas estrangeiras.
Fonte: Computer World
Iniciativas para Construir um Ecossistema Tecnológico Europeu
As iniciativas para construir um ecossistema tecnológico europeu estão ganhando força, com líderes do setor de tecnologia clamando por uma maior autonomia digital. A Netcompany, uma gigante dinamarquesa de serviços de TI, está na vanguarda desse movimento, defendendo que a Europa deve recuperar o controle sobre seu futuro digital.
O CEO da Netcompany, André Rogaczewski, destacou a dependência da Europa em relação a plataformas tecnológicas estrangeiras, enfatizando a necessidade de “trazer nossos dados para casa”. Ele alertou que a dependência de tecnologias desenvolvidas fora da Europa pode comprometer os valores regionais.
Recentemente, a Comissão Europeia intensificou a fiscalização sobre as práticas de mercado dos provedores de nuvem dos EUA, refletindo um esforço para fortalecer a supervisão regional sobre plataformas e serviços baseados em nuvem. A criação de um fundo de infraestrutura soberana da UE, como proposto por empresas líderes e grupos de lobby, é uma das estratégias para aumentar o investimento público em tecnologias inovadoras.
Além disso, iniciativas como a GAIA-X, que visa estabelecer uma infraestrutura de nuvem europeia, exemplificam o esforço para cultivar tecnologias nativas que atendam aos padrões legais e éticos da Europa. Outras iniciativas estratégicas, como o SiPearl e o Plano de Ação da UE para a Continent AI, também estão em andamento para desenvolver capacidades em infraestrutura de nuvem, semicondutores e inteligência artificial.
Enquanto isso, gigantes da tecnologia dos EUA, como a Amazon Web Services, estão respondendo a essas preocupações de soberania com investimentos significativos, como o compromisso de €7,8 bilhões em uma “Nuvem Soberana Europeia”. No entanto, a análise de Shreeya Deshpande, analista sênior do Everest Group, ressalta que, embora a independência tecnológica total seja um objetivo complexo, a Europa está claramente avançando em direção à soberania digital e em IA.
Rogaczewski também enfatizou que a soberania não implica isolamento, mas sim uma recalibração do papel da Europa na ordem digital global. Mecanismos emergentes, como embaixadas de dados e estruturas de nuvem soberanas, oferecem um caminho prático para manter o controle legal e operacional sobre dados e sistemas de IA, ao mesmo tempo em que permanecem interoperáveis com plataformas globais.
O apelo de Rogaczewski ressoa com os formuladores de políticas que veem a tecnologia não apenas como uma ferramenta comercial, mas como um pilar da governança democrática. Ele alertou que a dependência atual da Europa em relação a plataformas estrangeiras coloca em risco a segurança, a soberania e a democracia da região.
Soberania sem Isolamento
A crescente demanda por soberania digital na Europa é impulsionada por líderes do setor tecnológico, como o CEO da Netcompany, André Rogaczewski, que defende a necessidade de a Europa assumir o controle de seu futuro digital. Em uma carta aberta, ele destacou a dependência do continente em relação a plataformas tecnológicas estrangeiras, enfatizando a importância de “trazer nossos dados para casa”.
Rogaczewski alertou que a dependência de tecnologias desenvolvidas fora da Europa, por atores que podem não compartilhar os mesmos valores, é um risco significativo. Ele pediu soluções europeias, desenvolvidas por empresas locais e que sejam responsáveis perante os cidadãos europeus, desafiando a dominância de gigantes tecnológicos americanos como Microsoft e Google.
Essa campanha surge em um contexto de crescente tensão nos mercados tecnológicos globais, com a Comissão Europeia intensificando a fiscalização das práticas de mercado dos provedores de nuvem dos EUA. Recentemente, iniciativas como a EuroStack, que reúne empresas e grupos de lobby, pediram a criação de um fundo de infraestrutura soberana da UE para aumentar o investimento público em tecnologias inovadoras e construir autonomia estratégica.
O conceito de soberania digital
não é apenas uma questão de independência, mas também de garantir que a infraestrutura digital crítica e os dados sensíveis permaneçam sob controle regional. Rogaczewski argumenta que a tecnologia é fundamental para a criação de riqueza e competitividade na Europa, e que iniciativas como o GAIA-X, que visa criar uma infraestrutura de nuvem europeia, são passos importantes nessa direção.
Além disso, a ideia de “soberania sem isolamento” é central para essa discussão. Isso significa que a Europa busca manter mercados abertos e promover a inovação, enquanto assegura que sua infraestrutura digital permaneça sob controle regional. Mecanismos emergentes, como embaixadas de dados e estruturas de nuvem soberanas, oferecem um caminho prático para que os países mantenham controle legal e operacional sobre seus sistemas de dados e IA, ao mesmo tempo em que permanecem interoperáveis com plataformas globais.
O apelo de Rogaczewski ressoa com os formuladores de políticas que veem a tecnologia não apenas como uma ferramenta comercial, mas como um pilar da governança democrática. Ele alerta que a dependência atual da Europa em plataformas estrangeiras coloca em risco a segurança, soberania e democracia do continente. A iluminação da réplica da Estátua da Liberdade em Paris simboliza esses valores democráticos compartilhados e serve como um lembrete da necessidade de a Europa lutar por sua soberania digital.